sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Torre Negra


   Faroeste, pesadelos e cultura-pop. Tudo arranjado em mais de 30 anos de trabalho de quem é possivelmente o melhor escritor popular vivo.
   Você é Roland de Gilead, o último pistoleiro, uma espécie de cavaleiro medieval com Clint Eastwood e Akira Kusorawa destinado pelo Ka a alcançar a Torre Negra, o pináculo físico-metafórico do mundo e salvá-la da sandice do Rei Rubro que tenta destruir toda existência e reinar na escuridão do espaço entre os mundos.
   Prepare-se para uma overdose de Beatles e pólvora em quase cinco mil páginas perfeitas, a história nunca perde o ritmo.
    Não tenho como dizer o quanto recomendo essa obra, eu como fã de Stephen King vejo a Torre Negra como o melhor dele que já li. Espere ver a todo o momento obras conhecidas pulando a sua frente, experimente todo o drama de Salem's Lot, relembre CujoO Iluminado, Dança da Morte, Saco de Ossos, e todas essas obras que marcam a experiência de quem lê.
   Um olhar mais atento percebe o crescimento de King, tanto em maturidade como em complexidade, dando forma a uma trama envolvendo o próprio conceito de escolha, destino, honra e traição. Roland é um homem quebrado assim como nós também o somos.
   Leia atentamente cada página sangrenta desse épico, Roland está lá. Jake Chambers está lá. Detta e Odetta estão. Eddie. King. Você.
   Você que lê esta pequena indicação também está na Torre Negra, está na psicanálise presente no texto, nos dilemas morais e nos conflitos de poder.
    A Torre está logo adiante, pegue o livro e venha dar uma olhada.