sexta-feira, 20 de maio de 2016

SEREIAS: ELEMENTAIS, FOLCLÓRICAS E MITOLÓGICAS



As sereias são seres que habitam o imaginário popular desde muito tempo. Elas são símbolo de beleza e sensualidade.


Na mitologia grega, por exemplo, eram retratadas como seres híbridos, tendo cabeça e busto de mulher num corpo de pássaro. São caracterizadas na atualidade tendo tronco feminino e cauda de peixe.






De acordo com a mitologia grega, elas viviam em uma ilha remota do Mediterrâneo ou nos rochedos na Ilha de Capri, na Itália. São filhas do deus rio Aqueloo e da musa Melpôneme ou de Tersicore. Relata o mito que as sereias são mulheres que ofenderam à deusa Afrodite e, por isso, foram condenadas a viverem em um local isolado. Sua aparência, segundo a lenda, fora fruto de um castigo dado pela deusa Deméter, porque elas haviam sido negligentes ao cuidarem de sua filha.

No Brasil, um dos símbolos folclóricos mais conhecidos é a sereia Iara, também chamada de Mãe d’Água. Segundo o folclore, Iara vive no Rio Amazonas. É representada por uma mulher morena, de longos cabelos negros e olhos castanhos. 





“Segundo a lenda, Iara era uma índia guerreira, a melhor da tribo, e recebia muitos elogios de seu pai pajé” (Brasil Escola). Seus irmãos, com inveja da moça, combinaram de matá-la à noite, quando ela estivesse dormindo. Todavia, Iara tinha a audição muito apurada, e acabou por matá-los. Logo sem seguida, fugiu para longe com medo de ser repreendida por seu pai. Contudo, ele a perseguiu e, ao encontrá-la, jogou-a entre os rios Negro e Solimões. Alguns peixes, ao resgatá-la, levaram-na para a superfície e transformaram-na em uma bela sereia. 

Diz a lenda ainda que os homens sentem-se atraídos por seu canto e, quando a admiram, ficam cegos. Iara, que tem hábitos noturnos, leva para o fundo do rio o homem com quem deseja se casar. Em função disso, os indígenas, residentes na Amazônia, evitam andar perto do rio durante a noite. 

As sereias também são consideradas elementais da água. A água é o elemento relacionado aos sentimentos, emoções, e, por isso, é representada por figuras femininas. As sereias, elementais, emitem vibrações por meio da luminosidade e são formadas de éter úmido. São guardiãs dos mananciais escondidos nas florestas e possuem eterna juventude. Comunicam-se, principalmente, com os golfinhos, pois são capazes de entendê-los.





Além disso, exitem relatos que afirmam que elas também são seres sombrios, e que, em alto mar, atraem os marinheiros com seu canto sedutor, para então, levando-os para o fundo do oceano, sugarem-lhes o sangue. Estas são as chamadas sereias vampiras e são retratadas no filme “Piratas do Caribe – Navegando em águas misteriosas”.





As sereias também permeiam o imaginário infanto-juvenil, cuja mais expressiva delas é "A Pequena Sereia", Ariel.



O escritor Franz Kafka também falou sobre elas no conto “O silêncio das sereias”. 


"Para se proteger das sereias, Ulisses entupiu os ouvidos com cera e ordenou que o amarrassem ao mastro. Naturalmente que qualquer viajante que por ali passara até então poderia ter feito algo semelhante, excepto aqueles que as sereias atraíam já à distância. Contudo, é bem sabido no mundo inteiro que estes expedientes não ajudam em nada. O canto das sereias atravessa tudo e a paixão dos seduzidos é capaz de vencer obstáculos bem mais fortes do que correntes e mastros. Mas Ulisses não pensou em nada disso. Confiou então completamente num punhado de cera e num molho de correntes e, depositando no seu pequeno estratagema uma alegria inocente, navegou ao encontro das sereias. Só que agora, as sereias têm ainda uma arma mais aterradora do que o canto, e esta é o silêncio. Nunca aconteceu, mas é concebível que alguém conseguisse salvar-se do canto das sereias, mas certamente que não do silêncio. (...) E, de facto, quando Ulisses chegou, as poderosas cantoras não cantaram, seja porque acharam que este homem só podia ser vencido pelo silêncio, seja porque a expressão de felicidade no rosto de Ulisses, que não pensava em nada senão na cera e nas correntes, as fez esquecer o canto. Ulisses, contudo, não lhes ouviu, por assim dizer, o silêncio. Julgou que elas cantavam e que ele era o único que não as escutava. (...) As sereias, no entanto - mais belas do que nunca - voltavam-se na direcção dele. (...) Já não queriam seduzir, queriam apenas guardar o máximo que pudessem do brilho irradiado pelos grandes olhos de Ulisses” (Extraído de omeuentendimento.blogs.sapo.pt). 



E aqui fica uma dica para aqueles rapazes que não gostariam de cair no canto da sereia: a melhor forma de derrotar uma sereia é cantar melhor do que ela. 



Fontes:

http://omeuentendimento.blogs.sapo.pt/27850.html
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sereia
https://calicesagradodasbruxas.wordpress.com/2013/10/12/os-elementais-da-gua-ondinas-sereias-e-ninfas/
http://m.brasilescola.uol.com.br/folclore/iara.htm
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/sereias/

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Sexta-Feira 13







Há séculos considerada pelos supersticiosos como um dos piores dias do ano, a sexta-feira já tinha um histórico ruim no que se refere a eventos desagradáveis, principalmente quando associada ao infame número treze, tido por algumas culturas como o número do azar.

Não existe uma explicação totalmente certa a respeito dessa maldição lendária que ronda a sexta-feira treze, mas podemos citar algumas teorias:
Duas das hipóteses se originaram na mitologia nórdica. Segundo a primeira, houve no Valhalla - a morada celestial dos deuses – um banquete somente para doze convidados. Loki, geralmente descrito como espírito do mal e da discórdia, surgiu sem convite e provocou uma briga que culminou na morte de Balder, o deus da justiça e da sabedoria, o mais belo dentre os deuses e um dos mais amados por Odin. A partir daí originou-se a superstição de que treze pessoas à mesa era um sinal claro de desgraça por vir, e o número treze então se tornou amaldiçoado, como símbolo supremo do azar, até porque rompia a sincronia dos conjuntos de mesa, em geral constituídos por doze talheres, doze copos e doze pratos.


Loki e a Construção dos Muros de Asgard

Já a segunda teoria tem como figura principal a deusa Frigga (cujo nome deu origem às palavras friadagr e Friday – Sexta-feira na língua escandinava e inglesa, respectivamente) associada ao amor, ao sexo e à beleza. Com a conversão das tribos nórdicas ao cristianismo, era interesse da Igreja que a mulher deixasse de ser vista como uma figura sagrada, para que não houvesse risco dos neo-convertidos retomarem suas raízes, consideradas pagãs. Para tanto, os padres trataram de difamar o dia de culto da deusa, transformando-a em uma bruxa de tal modo que, a lenda que se espalhou explicava que Frigga, por vingança, em seu dia – ou seja, todas as sextas-feiras -se reunia com outras onze feiticeiras e até com o próprio demônio, completando o número maldito de treze ocupantes da mesa, quando juntos se dedicavam a rogar pragas contra a humanidade.
Alguns historiadores culpam essa desconfiança dos cristãos para com as sextas-feiras em oposição geral às religiões pagãs.

Frigga - De Deusa a Bruxa 



Antes de começar a ser mal interpretado, segundo algumas culturas o número treze pode ter sido considerado um número auspicioso e, em alguns casos, até mesmo sagrado. Os egípcios, por exemplo, acreditavam que a vida era composta por doze estágios antes que o ser humano alcançasse o décimo terceiro, que era a vida eterna. Apesar de assimilado com a morte, o treze não possuía para os egípcios um sentido negativo; pelo contrário, simbolizava uma transformação gloriosa. Essa associação foi distorcida por culturas as quais temiam a morte e não a enxergavam como o fim último de qualquer existência viva.
Outro exemplo se dá pelo fato de que o calendário antigo representava o calendário lunar, possuindo treze meses de vinte e oito dias. Este número foi completamente renegado pelos sacerdotes das primeiras religiões patriarcais por representar o feminino nas culturas pré-históricas, por refletir o ciclo menstrual das mulheres. Foi então alterado pelo Papa Gregório XIII para doze meses, a fim de evitar que se continuasse cultuando a mulher como sagrada.
A evidência de que as culturas primitivas reverenciavam o número treze se constata por meio de vestígios arqueológicos, tal como a Vênus de Laussel, uma estatueta com mais de vinte e sete mil anos, encontrada na França, a qual carrega em suas mãos um chifre em forma de crescente lunar com treze chanfros.
Segundo a numerologia universal, o doze é sinal de harmonia e completude: doze meses do ano, doze horas do relógio, doze deuses do Olimpo, doze apóstolos de Cristo, doze constelações do Zodíaco, doze tribos de Israel. Por ameaçar essa plenitude, o treze é considerado irregular, um número de infortúnio. 

Treze - Um número de contradições



Na literatura, no século XIV Chaucer já considerava a sexta-feira como maldita em sua icônica obra Os Contos de Canterbury.
Os músicos nunca temeram a data, tampouco o número. Alguns exemplos disso são Stevie Wonder com sua canção Superstition, Black Sabbath com seu álbum “13” (sem mencionar que o primeiro disco da carreira da banda foi gravado numa sexta-feira treze), Pantera com sua 13 steps to Nowhere, Black Label Society com sua 13 Years of Grief, Mercyful Fate com Thirteen Invitations, Megadeth com seu álbum e canção 13, The Cure com sua 13th, Type O Negative com Thirteen e assim por diante.




Álbum do Black Sabbath intitulado com o suposto número do azar


No cinema a data ficou imortalizada pela longa e bem sucedida franquia de terror Sexta-Feira 13, protagonizada por Jason Voorhees. Nascido em treze de junho de 1946 (numa sexta-feira treze, para ser mais preciso), o psicopata assassino que mede 1,96 m e usa máscara de hóquei volta dos mortos para vingar sua mãe. Os filmes fizeram e ainda fazem tanto sucesso, que o personagem se tornou um ícone do gênero cinematográfico de terror.



Jason Voorhees - protagonista da série Sexta-feira 13 - Um poço de pesadelos e lucro




Curiosidades:

— O treze se tornou amaldiçoado pelos cristãos, porque esse era o número de participantes à mesa na última ceia do Cristo. Coincidência ou não, após o jantar, durante a madrugada e no dia seguinte, dois dos presentes na ceia sofreram mortes trágicas: Jesus, traído por Judas, foi interrogado, torturado e crucificado, e Judas, corroído pelo remorso, acabou se enforcando. Antes disso o número treze costumava ser considerado ligação com Deus, o que explicaria a quantidade de pessoas presentes na ceia.
— Segundo o Antigo ou Primeiro Testamento, mesmo antes de Cristo ter sido morto em uma sexta-feira, os judeus já tinham problemas com esse dia da semana: Alguns pesquisadores defendem que o Dilúvio provavelmente teve seu início em uma sexta. Também há quem afirme que seria esse o dia fatídico da semana em que, convencida pela serpente, Eva ofereceu o fruto proibido a Adão.
— Em 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, a Igreja Católica emitiu um mandado de prisão aos cavaleiros da Ordem dos Templários, por toda a Europa, acusando-os de heresia. Muitos deles foram presos, torturados e executados. A data do massacre histórico acabou virando um sinônimo de maus presságios, logo tornando-se em todo o mundo um dia imerso em profunda superstição.
— Os marinheiros ingleses não gostam de zarpar seus navios às sextas-feiras.
 — No Tarô, a carta de número treze representa a Morte.
— Para os romanos o número treze indicava morte, destruição e azar.
— Certa vez o escritor Mark Twain foi o 13º convidado de um baquete. Perguntado se isso lhe trouxe mau agouro, simplesmente respondeu: “Sim, porque só havia doze pratos de comida.”
— Nos Estados Unidos muitos hospitais e hotéis não possuem o 13º andar e algumas companhias aéreas não têm a 13ª fileira. Já na França, quando há treze pessoas a uma mesa, elas podem contratar um 14º convidado profissional.
— Segundo matéria da revista National Geographic de 2004, nos Estados Unidos cerca de 900 milhões de dólares são perdidos nas sextas-feiras 13, justamente devido ao fato das pessoas se recusarem a fazer qualquer tipo de negócio nesta data.
Triscaidecafobia é um medo irracional e incomum do número treze. O medo específico da sexta-feira 13 se chama Paraskevidekatriafobia, que se origina do grego Paraskeví (sexta-feira) e dekatreís (13).





Referências


 Wikipedia
Neuronionerd
http://vidaeestilo.terra.com.br/homem/13-fatos-sobre-a-sexta-feira
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-a-sextafeira-13-econsiderada-o-dia-do-azar
http://whiplash.net/materias/melhores/219977-danzig.html