terça-feira, 25 de setembro de 2012

Experiência de quase morte





            A Experiência de quase morte ou EQM é um tipo de projeção da consciência, frequentemente associada à situações de morte iminente por motivo de hipóxia cerebral (diminuição no suprimento de oxigênio ao cérebro), comum aos pacientes quase terminais e sobreviventes da morte clínica. 
Os relatos das pessoas que experimentaram esse fenômeno são comuns em vários pontos, tais como:
  •      A sensação de flutuar acima do próprio corpo físico percebendo as pessoas ao seu redor;
  •      A impressão de estar em um segundo corpo, diferente do corpo físico;
  •    Sentimento de paz interior;
  •    A sensação que o tempo passa mais rápido ou mais devagar;
  •    Visão panorâmica retrospectiva da própria vida;
  •     Pode haver também a impressão de entrar por um túnel (efeito túnel), onde no fim pode-se ou não encontrar um “ser de luz”, cujo significado varia de acordo com a religião pessoal;
  •    Visão de parentes já falecidos.


            O Efeito Túnel é descrito como uma fronteira entre a vida e a morte, alguns pacientes que viveram essa experiência falam que o túnel pode ser substituído por um campo, uma porta ou um lago, que se atravessados eles não voltariam ao corpo físico.


       A maioria das pessoas que vivenciam a EQM sofrem profundas alterações comportamentais, mais de 90% desses indivíduos mudam para melhor e passam a valorizar mais sua vida e a dos outros, são inundados por sentimentos de bondade e amor ao próximo, perdem o medo da morte (Tanatofobia), reavaliam seus valores, ética e se tornam mais serenos e confiantes.

            Existem também as Experiências Negativas de Quase Morte, embora sejam pouco relatadas, essas experiências são o inverso das EQMs, onde as pessoas descreviam:
  • Vácuos Assustadores
  • Demônios
  • Torturas
  • Criaturas-zumbi
  • E outras experiências desagradáveis
“Não era muito claro, no entanto, se essas eram experiências que haviam ocorrido devido à proximidade com a morte, ou se eram devido ao fato de a pessoa estar passando por uma doença séria, como o excesso de dióxido de carbono no sangue, que eu sabia que poderia dar vazão a esse tipo de acontecimento negativo” - Dr. Sam Parnia


        Até muito recentemente a Ciência considerava esse fenômeno como algo vulgar, crendice, mas com a multiplicação de relatos sobre a Experiência de Quase Morte, a comunidade médica foi ‘forçada’ a voltar alguma atenção para esse assunto. Alguns cientistas, com o intuito de tentar provar a EQM, desenvolveram um teste, que consiste em colar figuras geométricas coloridas nas paredes dos quartos de pacientes em coma à certa altura, e a conclusão do teste é simples, como as pessoas que viveram essa experiência afirmam ver tudo o que acontece do alto, os pacientes, após acordar, devem dizer quais são as figuras que estão nas paredes do quarto, porém ainda não conseguiram resultados com este teste.



Fontes:








Devorador de Pecados



Devorador de pecados é uma pessoa que, em um ritual, por meio de comidas e/ou bebidas, transferiria para si os pecados de outra pessoa, garantindo assim que o moribundo descansasse em paz. No estudo do folclore, a cerimônia do devorador de pecados é considerada uma forma de magia religiosa.
Esse ritual foi praticado em partes da Inglaterra e Escócia, e supostamente sobreviveu até meados do final do século XIX e início do século XX no País de Gales, bem como em certas partes da América.
Tradicionalmente era realizado por um mendigo, e algumas aldeias tinham seus próprios devoradores de pecados. Eles seriam levados para o leito do moribundo, onde um parente colocaria um pedaço de pão sobre o peito daquele que estava agonizando, e passando sobre ele, entregaria uma tigela com cerveja para o devorador de pecados. Depois de rezar ou recitar o referido ritual, o devorador de pecados então bebia a cerveja e removia o pão do corpo do moribundo e o comia; comer o pão era o ato que absorveria os pecados da pessoa que estava morrendo e os levaria para dentro do devorador de pecados.
Esse ritual era tido como pagão pela Igreja Católica e, portanto, o praticante de tal cerimônia era culpado de pecado mortal e podia ser punido com a excomunhão.
A figura do devorador de pecados tem muitas referências na cultura moderna, mas questões tais como, a prática comum e a interação de pessoas com o devorador de pecados são algo delegado ao folclore.
Tlazolteotl, a deusa asteca da terra, da maternidade, e da fertilidade, tinha uma função redentora nas práticas religiosas da civilização Meso-América. No final da vida de um indivíduo, ele é autorizado a confessar seus crimes a essa divindade, a qual, segundo a lenda, limparia sua alma “comendo sua sujeira”, suas impurezas espirituais.


Tlazolteotl, a deusa asteca da terra, da maternidade, e da fertilidade

Uma lenda local em Shropshire, Inglaterra, diz respeito ao túmulo de Richard Munslow, que morreu em 1906, afirmando ter sido ele o último devorador de pecados da área.
“Ao comer o pão e beber a cerveja, e fazendo um breve discurso ao lado da sepultura, o devorador de pecados tomou sobre si os pecados do defunto”. O discurso foi descrito da seguinte forma:
“... Eu dou servidão e descanso agora a ti, querido homem. Não venha vagar em nossas vias ou em nossos prados. E para a tua paz, eu comprometo minha própria alma. Amém.”
Em seu livro Funeral Customs (Práticas Funerais), Bertram S. Puckle menciona um devorador de pecados que vivia em 1825, perto de Llanwenog, Cardiganshire.  Abominado pelos cidadãos supersticiosos, que o consideravam um imundo, o devorador de pecados foi obrigado a cortar todos os tipos de relações com seus semelhantes devido a vida que escolhera; viveu em um lugar remoto e era rejeitado por aqueles que o conheceram, tratado como um leproso. O infeliz foi detido e acusado de bruxaria, encantamento e práticas profanas; apenas era procurado na iminência de morte de algum cidadão, para que cumprisse seu sombrio ofício. Em seguida, queimavam a tigela de madeira e o prato no qual ele havia comido o pão contendo os pecados do moribundo.
Howlett menciona a presença do devorador de pecados em Hereford como um velho costume. Depois que o devorador de pecados comia o pão que ficava sobre o moribundo e bebia a cerveja da tigela, lhe pagavam uma taxa de seis pence em consideração por ter tomado sobre si os pecados do falecido que, assim liberto, não vagaria após a morte.


The Sin Eater (O Devorador de Pecados) - Arte em vitrais por Judith Schaechter

A Encyclopaedia Britannica de 1911 afirma em um artigo que a sobrevivência simbólica do devorador de pecados fora testemunhada em 1893 em Market Drayton, Shropshire onde, depois de um serviço preliminar que foi realizado sobre o caixão na casa, uma mulher derramou um copo de vinho a cada portador e entregou-lhes um “biscuit funeral”. Na Alta Baviera o devorador de pecados ainda existe: um bolo de cadáver é colocado sobre o peito do morto e, em seguida, comido pelo parente mais próximo. Na Península Balcânica uma imagem do falecido é feita em um pão pequeno que é consumido pela família. Osdead cakes” holandeses, marcados com as iniciais do finado, introduzidos na América no século XVII, por muito tempo foram dados aos atendentes em funerais na antiga Nova Iorque.
Os bolos de enterro, que continuam a ser feitos em partes da Inglaterra rural, por exemplo, Lincolnshire e Cumberland, são praticamente relíquias do devorador de pecados.



No cinema, o tema quase foi popularizado, sobretudo pelo filme germano-americano “The Order”, distribuído no Brasil como “O Devorador de Pecados”. Lançado em 2003, escrito e dirigido por Brian Helgeland, englobando os gêneros ação, terror, mistério e suspense, o longa-metragem traz uma trama instigante:
O monge Alex Bernier (Heath Leadger - o precocemente falecido astro australiano que epicamente eternizou o vilão Coringa em ‘Batman – O Cavaleiro das Trevas’) é um integrante da ordem religiosa dos carolíngios. Quando o líder da ordem morre, Alex é enviado a Roma para investigar as estranhas circunstâncias de seu óbito.
O corpo do religioso apresenta estranhas marcas no peito, que indicam a ação de um devorador de pecados, um praticante de um antigo ritual pagão no qual alguém, por pagamento, literalmente “come” os pecados de outra pessoa e garante sua salvação. Alex pede a ajuda de um colega, o padre Thomas (Mark Addy), e os dois vão em busca de Mara (Shanny Sossamon), uma artista vítima de uma possessão demoníaca, e em quem Thomas realizou um exorcismo.



Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Devorador_de_pecados
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060824095129AAyxGSA
http://grumpyvisualartist.blogspot.com/2010/12/blog-post_7617.html
http://www.cinemenu.com.br/filmes/o-devorador-de-pecados-2003

domingo, 2 de setembro de 2012

Versos a um Coveiro



Numerar sepulturas e carneiros,
Reduzir carnes podres a algarismos,
Tal é, sem complicados silogismos,
A aritmética hedionda dos coveiros!

Um, dois, três, quatro, cinco... Esoterismos
Da Morte! E eu vejo, em fúlgidos letreiros,
Na progressão dos números inteiros
A gênese de todos os abismos!

Oh! Pitágoras da última aritmética,
Continua a contar na paz ascética
Dos tábidos carneiros sepulcrais

Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros,
Porque, infinita como os próprios números,
A tua conta não acaba mais!


Augusto dos Anjos