quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Meu sonho





Eu
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?

Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso.
E galopas do vale através.
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?

Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?.
Tu escutas. Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?

Cavaleiro, quem és? - que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?






Àlvares de Azevedo





Um comentário:

  1. Amo Álvares de Azevedo. E tem críticos literários que falam que ele não teve tempo de amadurecer poeticamente. Mas, não sei o que esperar de mais poético do que este poema. No que poderia ser mais maduro, desconheço.

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