Ao
contrário do que pensam, não sou realmente o Fim.
Eu
sou o recomeço,
Sou
o dia e a noite,
Sou
Aquela que não faz distinção entre os homens.
Eu
sou o frio que penetra os ossos,
A
lágrima dos desesperados,
O
grito dos esquecidos.
Eu
sou o leão faminto que ruge,
Sou
a calmaria que precede a tempestade,
O
predador que nunca erra o bote.
Eu
sou a fraqueza dos fortes
E
a força dos fracos.
Sou
o lobo uivando para a lua cheia.
Eu
sou o voo às cegas,
A
queda livre no abismo.
Sou
o alívio dos enfermos
E
o temor dos sadios.
Eu
sou a ponte entre luz e trevas,
O
anjo de asas negras em cujo ombro
Ninguém
quer acolher.
Sou
o pensamento sinistro rondando a mente,
O
calafrio desagradável, e o inesperado eriçar de cabelos.
Sou
a madrugada insone,
A
dor que desafia a fé.
Eu
sou a doença a afligir quem você ama,
O
inimigo que não se pode vencer.
O
terror milenar dos primogênitos,
A
única certeza nessa existência tão incerta.
Sou
eu quem separa o joio do trigo,
Devoro
sonhos, dias, esperanças.
Sou
o Mal oportuno
E
a guardiã do equilíbrio.
Sou
o sopro apagando as velas,
O
corvo indesejável crocitando na solidão.
Sou
os olhos brilhando nas sombras,
Sou
quem subverte toda a inocência.
Eu
sou a praga imortal,
Que
aterroriza anjos e demônios.
Sempre
sou bem vinda no Céu e no Inferno,
Sou
a verdade e a mentira, o real e o imaginário.
Eu
sou o veneno e a cura,
O
preço que todos têm de pagar.
Sou
o caçador invisível a olhos humanos,
O
mesmo que fecha seus olhos por toda a eternidade.
Sou
quem toma vidas impunemente desde tempos imemoriais.
Chamam-me
de Morte,
E,
mais dia ou menos dia,
Nosso
encontro será inevitável.
Danilo Alex da Silva
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